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Magé gasta R$ 1,3 milhão com ‘Arraiá do amor’, e moradores apontam problemas na cidade

A cidade de Magé, na Baixada Fluminense, gastou quase R$ 1,3 milhão com a produção do “Arraiá do amor”, evento que durou mais de 15 dias. Moradores da cidade alertam que o município deveria ter outras prioridades em relação aos serviços públicos, em vez dos gastos com a festa.

Com ampla divulgação nas redes sociais, o arraial fora de época aconteceu na Arena Magé entre os dias 26 de agosto e 11 de setembro.

De acordo com o Diário Oficial da cidade, a empresa contratada para a montagem do evento foi a Vasconcelos e Santos Ltda. Segundo a prefeitura, o serviço pago foi para a locação e instalação de decoração e iluminação cênica com a temática de festa caipira. A empresa contratada é de Camaragibe, em Pernambuco.

Não é a primeira grande festa promovida pela Prefeitura de Magé este ano. Em maio, foram gastos mais de R$ 1,5 milhão com a contratação de cantores e bandas para a comemoração dos 457 anos da cidade. A festa também aconteceu na Arena Magé, local do “Arraiá do amor”.

Uma das atrações foi o cantor Gusttavo Lima. A presença dele custou R$ 1 milhão aos cofres da cidade.

Na época, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou dois inquéritos civis para apurar irregularidades no evento.

Mesmo com a denúncia, a prefeitura não economizou.

A estrutura que foi montada para o evento na Arena Magé, no bairro Bongaba, ainda está sendo retirada. Parte de um letreiro e estrutura para fogueira estão entre os itens que ainda estão sendo retirados.

Moradores protestam
Os moradores da região acham que o dinheiro gasto no “Arraiá do amor” poderia ter sido usado em outras prioridades na cidade.

“Na saúde, na educação. Essas ruas, esse calçamento precisam ser totalmente refeitos, por enquanto só tem buraco, certo?”, questiona a dona de casa Maria Helena Praga.

A professora Maria Aparecida pede mais atenção para a saúde.

“Eu acho que deveria pensar mais no povo. Saúde, porque é o que mais precisa. Não tem maternidade, o pessoal tem que ir lá para Piabetá. É uma dificuldade para quem não possui condições”, disse.

A manicure Ruani Santana pede mais atenção para os futuros cidadãos da cidade.

“Magé está precisando e estão gastando dinheiro em vão. Eu acho bom é gastar em comunidade, pois as crianças não têm nem parquinho direito e nem as escolas estão com aula direito”, destacou Ruani.

O que diz a prefeitura
A Prefeitura de Magé afirma que a contratação da empresa respeitou as regras da lei de licitação e que não há qualquer ilegalidade no fato da empresa ser de outro estado.

O poder municipal disse ainda que o valor é condizente com a estrutura oferecida. Por fim, explicou que Magé tem tradição em festas juninas e que o atual governo está investindo na criação de um calendário de eventos culturais.

Dylan Smith
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