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Castro diz que apoia Bolsonaro, mas não vai criticar Lula

O governador Cláudio Castro (PL) afirmou, em entrevista ao Jornal O Globo, que não quer nacionalizar a disputa nas próximas eleições. Apoiador de Jair Bolsonaro (PL), Castro, que assim como o presidente é candidato à reeleição, disse que não vai criticar o ex-presidente Lula (PT), principal adversário do atual chefe do Executivo.

“Sou apoiador do Bolsonaro, nunca neguei o alinhamento a ele, mas sempre tem gente querendo criar confusão nisso. Não vou criticar o Lula porque estou preocupado com o estado. Enxergo com pragmatismo. Os dois mandatos dele tiveram coisas boas e ruins. Meu papel é falar do Rio e não quero nacionalizar a eleição estadual”.

Questionado sobre a postura do presidente durante a pandemia, Castro disse que não é “comentarista das falas de Bolsonaro”, mas o definiu como “pai da vacina”, apesar da resistência e do atraso na compra dos imunizantes, como apontou a CPI da Covid.

Em várias ocasiões, Bolsonaro também se referiu à Covid como uma “gripezinha” e incentivou o tratamento da doença com cloroquina. O medicamento é condenado por cientistas e infectologistas, já que as pesquisas mostram que não há o efeito esperado e os riscos são altos.

“Quem comprou as vacinas? Quem distribuiu? Bolsonaro é o pai da vacina. Enquanto debatiam se o imunizante transformava alguém em jacaré, eu montava a logística e vacinava”, disse Castro.

Sobre um suposto acordo que prevê que o senador Flávio Bolsonaro (PL) indique seu vice, Castro disse que o filho mais velho do presidente nunca pediu ou exigiu nada e é “um dos sujeitos mais republicanos que conheço”.

“O Flávio nunca me pediu ou exigiu nada. É um dos sujeitos mais republicanos que conheço, nunca interferiu. Preciso que os partidos me deem o direito de escolher o vice. Esse assunto precisa ser muito conversado e só será definido mais próximo das convenções”.

O governador também foi questionado sobre a Operação no Jacarezinho, que deixou 28 mortos e foi considerada a mais letal da história do RJ. A ação completou 1 ano em maio deste ano.

“O meu governo não celebra a morte de ninguém, mas, quanto ao Jacarezinho, só havia um inocente: era o policial que acabou morto, deixando viúva e filho”.

Disse ainda que “melhorar a segurança pública não é um processo que ocorre do dia para a noite”. E citou o programa Cidade Integrada como um dos grandes investimentos do governo para a retomada do território.

O governador citou ainda a redução dos homicídios dolosos no estado e, durante a fala, aproveitou para atacar Marcelo Freixo (PSB), seu principal adversário na disputa segundo as pesquisas de intenção de voto.

“Temos registrado índices cada vez menores de homicídios dolosos. Estamos investindo na Polícia Civil, abrimos concurso. Reformamos batalhões e delegacias. Agora, sempre que tiver que escolher um lado, estarei com a polícia. Investigaremos quem comete desvios, mas nunca estarei ao lado do bandido. Isso eu deixo para o Freixo”, disse.

Dylan Smith
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