O uso de biodefensivos tem ganhado força no agronegócio brasileiro, e o empresário e fundador Aldo Vendramin, apresenta que essas soluções serão essenciais para a competitividade das propriedades na próxima década. Os biodefensivos representam uma alternativa sustentável aos defensivos tradicionais, oferecendo controle eficaz de pragas com menor impacto ambiental e maior segurança ao produtor.
Para compreender como os biodefensivos podem transformar sua produção e reduzir custos operacionais, acompanhe o artigo a seguir sobre manejo e inovação agrícola.
Um mercado em ascensão acelerada
O mercado de biodefensivos no Brasil vem registrando crescimento histórico, dados recentes mostram que o setor atingiu R$4,35 bilhões na safra 2024/25, com expansão de 18%, resultado que revela a confiança dos produtores e a ampliação da oferta de produtos mais eficientes.
O maior interesse ocorre especialmente nas culturas de soja, milho, algodão e cana, onde os produtores buscam alternativas mais seguras e sustentáveis para o manejo de pragas. Aldo Vendramin explica que o avanço do mercado também está ligado ao aumento da pressão regulatória, às exigências de certificações ambientais e à necessidade de reduzir resíduos químicos em alimentos destinados ao mercado interno e externo.

Em conjunto a isto, empresas públicas e privadas têm investido pesadamente em pesquisa biotecnológica, permitindo o desenvolvimento de produtos mais estáveis, específicos e com resultados mais previsíveis em campo.
Pesquisas e testes impulsionam a inovação
A inovação em biodefensivos depende diretamente de pesquisas avançadas, isso porque, como alude o senhor Aldo Vendramin, universidades, centros de biotecnologia e startups agrícolas têm fortalecido a produção de microrganismos benéficos capazes de controlar insetos, doenças e nematoides.
Testes realizados em campo e laboratório avaliam eficiência, compatibilidade com sistemas de manejo, vida útil dos produtos e condições ideais de armazenamento. Essas informações são essenciais para orientar a aplicação e evitar perda de eficiência. Nos últimos anos, os produtos biológicos evoluíram em estabilidade, formulação e uniformidade de resultados, fatores que aumentam a confiança de agricultores de médio e grande porte.
Com a expansão das biofábricas, muitos produtores começam a produzir seus próprios biodefensivos, utilizando processos controlados para multiplicar microrganismos específicos. Esse modelo reduz custos e melhora a autonomia da propriedade.
Principais aplicações dos biodefensivos no campo
Os biodefensivos têm ampla gama de aplicações, com produtos específicos para diferentes pragas e doenças. Segundo Aldo Vendramin, os principais grupos incluem:
1. Bioinseticidas: Utilizados para controlar insetos em fases larvais e/ou adultas. Fungos entomopatogênicos e bactérias específicas são aplicados diretamente nas áreas afetadas, oferecendo controle eficiente sem prejudicar organismos benéficos.
2. Biofungicidas: Formulados para combater doenças fúngicas como mofo branco, míldio, ferrugem e podridões. Esses produtos atuam como antagonistas naturais, bloqueando a proliferação dos patógenos.
3. Bionematicidas: Essenciais para combater nematoides, praga responsável por perdas bilionárias todos os anos. Microrganismos como Bacillus e Trichoderma estão entre os mais utilizados.
4. Fermentados bioativos: Soluções que melhoram o vigor das plantas e fortalecem suas defesas naturais, aumentando a resistência a estresses climáticos e doenças.
Além das aplicações diretas, os biodefensivos também são integrados a programas de manejo integrado de pragas (MIP), combinando produtos biológicos e práticas culturais para gerar resultados mais sustentáveis e eficientes.
Dicas essenciais para maximizar a eficiência dos biodefensivos
Embora sejam altamente eficazes, os biodefensivos exigem cuidados específicos para garantir seu melhor desempenho. Como destaca Aldo Vendramin, alguns pontos são fundamentais:
- Armazenar os produtos em locais protegidos do calor e da luz.
- Aplicar preferencialmente nas primeiras horas da manhã ou fim da tarde.
- Respeitar as doses recomendadas pelo fabricante e realizar testes prévios em pequenas áreas.
- Evitar misturas inadequadas com defensivos químicos, que podem reduzir a eficiência dos microrganismos.
- Integrar o manejo biológico com boas práticas agrícolas, incluindo rotação de culturas e análise de solo.
O manejo biológico não substitui totalmente o manejo químico em todas as culturas, mas permite reduzir significativamente sua utilização, tornando a produção mais sustentável e econômica.
Desafios enfrentados no manejo biológico
Apesar dos avanços, o uso de biodefensivos ainda enfrenta desafios importantes, especialmente em regiões com condições climáticas extremas. Como frisa o senhor Aldo Vendramin, temperaturas muito altas, baixa umidade e manuseio inadequado podem reduzir a eficiência dos microrganismos.
Outro desafio é a necessidade de capacitação técnica. Muitos produtores ainda desconhecem as condições ideais de aplicação ou utilizam produtos inadequados para o tipo de praga presente. Portanto, o acesso a assistência técnica de qualidade é essencial para que o manejo biológico entregue o resultado esperado.
O futuro dos biodefensivos na agricultura brasileira
O mercado de biodefensivos continuará crescendo de forma acelerada nos próximos anos. A combinação entre exigências ambientais, avanços tecnológicos e pressão por sustentabilidade coloca esses produtos no centro da agricultura moderna. Como considera Aldo Vendramin, a adoção dos biodefensivos será cada vez mais estratégica para garantir produtividade, qualidade e competitividade.
Produtores que adotarem essas soluções com planejamento e conhecimento estarão à frente na safra 2026 e nas próximas safras, construindo um modelo produtivo mais resiliente, inteligente e sustentável. O futuro da agricultura é biológico, e essa tendência já está transformando o campo.
Autor: Dylan Smith





