A infância e a adolescência são fases críticas para o desenvolvimento emocional, cognitivo e social. Segundo o doutor Gustavo Khattar de Godoy, é nesse período que as bases da personalidade, da autoestima e da capacidade de lidar com desafios começam a se formar. Problemas de saúde mental que surgem nessa fase — como ansiedade, depressão, TDAH, transtornos de conduta e dificuldades emocionais — podem impactar significativamente o desempenho escolar, as relações familiares e sociais, e o bem-estar geral.
Se não tratados precocemente, esses transtornos podem persistir na vida adulta, agravando-se e limitando o potencial dos jovens. Por isso, investir na saúde mental desde cedo não é apenas uma medida de proteção, mas uma estratégia de promoção do desenvolvimento integral e prevenção de sofrimentos futuros.
Quais são os sinais de alerta mais comuns de problemas emocionais em crianças e adolescentes?
Muitos sinais de sofrimento psíquico podem ser sutis ou confundidos com comportamentos típicos da idade, pontua o médico Gustavo Khattar de Godoy. Em crianças, irritabilidade constante, regressão de comportamentos (como voltar a urinar na cama), dificuldades para dormir ou se alimentar e isolamento podem indicar sofrimento emocional.

Em adolescentes, mudanças abruptas de humor, queda no rendimento escolar, automutilação, uso de substâncias e isolamento social são sinais de alerta importantes. Nem sempre esses comportamentos indicam um transtorno mental, mas merecem atenção e escuta cuidadosa. A intervenção precoce pode impedir que esses sintomas se agravem e evoluam para quadros mais severos.
Qual é a importância dos programas de prevenção em saúde mental para o público infantojuvenil?
Programas de prevenção em saúde mental pretendem reduzir fatores de risco e fortalecer fatores de proteção no ambiente da criança ou adolescente. Para o Dr. Gustavo Khattar de Godoy, ao promover habilidades socioemocionais, autoestima, empatia e estratégias saudáveis de enfrentamento de estresse, esses programas ajudam a formar uma base psíquica mais resiliente.
Eles são especialmente eficazes quando implementados em ambientes escolares, onde é possível alcançar um grande número de crianças de forma estruturada. Estudos mostram que programas preventivos bem elaborados podem reduzir significativamente sintomas de ansiedade, depressão e agressividade, além de melhorar o clima escolar e as relações interpessoais.
Como os programas de intervenção precoce funcionam e por que são eficazes?
Diferente da prevenção universal, os programas de intervenção precoce são voltados a crianças e adolescentes que já apresentam sinais iniciais de sofrimento emocional ou estão em situação de risco. Esses programas atuam de forma direcionada, muitas vezes com suporte multidisciplinar envolvendo psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e educadores.
O médico Gustavo Khattar de Godoy frisa que as intervenções podem incluir atendimento psicoterapêutico individual, grupos terapêuticos, orientação familiar e ações comunitárias. A grande vantagem da intervenção precoce é a possibilidade de interromper o curso de um transtorno mental antes que ele se estabeleça completamente, aumentando as chances de recuperação e minimizando impactos a longo prazo.
Portanto, investir em saúde mental infantojuvenil é investir em um futuro mais saudável, como enfatiza o doutor Gustavo Khattar de Godoy. Para isso, é necessário ampliar o acesso a programas de prevenção e intervenção, capacitar profissionais da educação e da saúde, e promover políticas públicas que priorizem o bem-estar emocional desde os primeiros anos de vida. Também é preciso romper tabus em torno do sofrimento psíquico, criando uma cultura de cuidado, escuta e empatia.
Autor: Dylan Smith